Lançamentos Bienal do Rio 2015

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domingo, 6 de fevereiro de 2011

A PRINCESA E O CAVALEIRO


A alameda jade oliva cintilava nua sobre a noite vermelha
O vento soprava seu ar gélido afagando a derme das folhas;
Uma carícia sem respostas. Um gesto inacabado sem fim.
Com o coração trincado a bela dama caminha na noite escarlata
Buscando o consolo nas margens do lago das águas douradas;
Uma mistura quente que se envolve no dourado e no carmim
Uma mistura gélida que se decompõe na noite na água.
Dois lados distantes que não são condescendentes entre si
Uma mistura profana que nunca ficará completa
E não sarará o coração da bela dama.

Ao limiar de um bosque encantado distante, um homem caminha.
Poderia ele sarar as feridas o coração da bela dama? Ou...
Poderia a distância se sobrepor a mão do destino!
O homem é um cavaleiro ao qual procura alguém para salvar
Seu coração pulsa em busca de aventura, em busca do desconhecido;
Pulsa para encontrar um grande amor e nele mergulhar.

Na noite os vagalumes voam sem direção
Alumiando o caminho para que a bela dama não tropece;
De repente!
Ouve-se um sussurro com milhões de vozes
As árvores acordaram e estão sibilando sobre a bela dama.
Mas... Um segredo foi revelado.
“A dama é uma princesa! Uma princesa do reino do coração”.
No entanto, seu reino está partido e despedaçado.
Ao qual apenas um novo e sincero amor poderá reconstruir os pedaços.
As flores já começaram a agir, indo e vindo com o vento,
Levando o aroma da agora princesa para o cavaleiro heroico.
O doce cheiro da Dama-da-noite inunda sua alma que não
Mais vazia se encontra, mas na cor da aurora de uma manha bem-vinda.
O nobre cavaleiro agora cavalga em seu corcel branco
Em busca do doce aroma na noite sem fim;
Enquanto as fadas proferem encantos para que esse encontro se torne real.

O dia de gloria chegou...
O dia que é noite e a noite que é vermelha.
O momento mais oportuno que o destino possa ter reservado
Para o desfecho dessa história.
Porém ainda falta um curto espaço de tempo
Para os dois se encontrarem.
As árvores cantam e as flores estão dançando junto as fadas
Torcendo para que a princesa e o cavaleiro heroico se encontrem.
Mas...
Uma figura negra aparece no caminho;
A bruxa da língua de sangue!
Ela na verdade não existe, apenas é resultado das incertezas,
E dúvidas de nosso coração;
Do medo e do esquecimento.
Ela cresce e adquire poder a medida que nossa fé se desvanece;
E pensar que agora falta tão pouco para os dois se encontrarem.

Olhe para o céu!
A lua está enorme e as estrelas lhe fazem companhia.
Ore pela princesa e não esqueça os fracos e oprimidos
Vele pelo fim e também pelo começo, pois aqui o tempo não tem regras.
E não se preocupe com o destino
Eles se encontrarão!
Neste instante um raio de luz irrompeu o céu nu,
Como uma pincelada de tinta em um quadro ainda sem vida
Uma aurora voraz chegou;
E com ela toda paz e amor que um novo dia pode trazer.
A princesa encontrou o cavaleiro
Ele a toma em seus braços e a beija gentilmente
Sarando-lhes as feridas de seu coração.
E assim reconstrói seu reino e seu castelo e enfim
Mata a bruxa da língua de sangue;
e com isso nossa história tem um final bem diferentes dos contos de fadas normais
Eles viveram felizes para sempre!


Um comentário:

  1. Muito bom Moisés. Não entendo de classificação literária, mas para mim é quase um trovador: uma mistura de prosa e poesia. Parabéns

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